O ano de 2020 começou de forma mais violenta que 2019 no Alto Vale. Somente no mês de janeiro, já foram registrados quatro casos de homicídios, um a mais que no mesmo período do ano passado.
O primeiro deles foi em Imbuia, no dia 8. O prefeito João Schwambach morreu depois de levar dois tiros no peito quando saía da prefeitura ao final do expediente. O suspeito tentou suicídio logo depois de cometer o crime. Ele foi encaminhado ao hospital, mas uma semana depois, teve morte cerebral decretada.
A segunda morte foi registrada em Vidal Ramos. Ricardo Martins, de 23 anos foi assassinado no dia 19, na localidade de Molungu, interior do município, com perfurações, causadas por faca, em um dos braços e no pescoço. Segundo informações da Polícia Civil, o suspeito é um jovem de 20 anos que está preso desde o dia do crime. Após ser indagado, o homem confessou o crime, que teve por motivação o uso de entorpecentes.
Outro homicídio registrado foi em Santa Terezinha, na madrugada do dia 25. De acordo com informações da Polícia Civil, um caseiro de um sítio acabou se desentendendo com um homem que não morava no local. Há a suspeita de que ambos estariam embriagados. Em um determinado momento, o caseiro, de posse de uma foice, desferiu um golpe contra a cabeça do outro homem. Após ter cometido o crime, ele mesmo acionou a Polícia Militar e foi preso.
Um dia depois do crime em Santa Terezinha, outro assassinato foi registrado no Alto Vale, dessa vez em Ibirama. Conforme a Polícia Militar, um homem de 33 anos foi morto com pelo menos 30 facadas. Os ferimentos foram no tórax e no pescoço. Ainda segundo a PM, a vítima teria se envolvido em uma briga com outros dois homens, que o golpearam nas costas e tentaram o degolar.
O delegado Bruno Augusto Reis, acredita que, apesar de ter sido um mês atípico pelo alto número de ocorrências desse tipo, todas as situações foram pontuais e não envolvem nenhum tipo de facção criminosa, por exemplo.
“Não é comum o Alto Vale ter um mês, um início de ano tão violento como esse”, explica.
Em Imbuia, como o único suspeito de ter matado Schwambach também veio a óbito, as investigações do crime que estavam sob a responsabilidade da Polícia Civil de Ituporanga, foram encerradas, não sendo possível afirmar o motivo do crime. As dúvidas não ficam só com a Polícia. Os familiares também se questionam sobre a motivação do assassinato, já que os dois eram amigos de longa data.
“Não dá pra entender o que aconteceu entre os dois para que uma barbaridade dessa tenha ocorrido”, lamenta Valdonir Schwambach, filho do prefeito.
Valdonir lembra com carinho do pai, que além dele, deixou outros cinco filhos.
“A maior alegria do pai era ver a casa cheia, com os filhos, netos, noras e os genros. Ele sempre cobrava muito a gente para que fossemos pessoas do bem, principalmente que frequentássemos a igreja. Com certeza, para o município também está sendo uma perda muito grande. Todos tinham um carinho muito especial pelo meu pai”, conta.“Foi uma tristeza muito grande ter que enterrar meu pai dessa forma. Está sendo mais difícil ainda continuar com as coisas aqui sem ele”, completa.
Por: Luana Abreu/Diário do Alto Vale